Lendo o capítulo 6 do Evangelho de João, me deparei com a seguinte passagem, logo depois do registro da multiplicação de pães:
“Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo.
Sabendo, pois, Jesus que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte”.
Vejam só: aqueles homens reconheceram que Jesus era o profeta que havia de vir ao mundo. Isso parece positivo, não é? Reconheceram também que Jesus deveria ser o Rei e estavam dispostos a colocá-lo nessa posição.
Como o Senhor Jesus reagiu a isso? Ele se escondeu deles. O problema desses homens é que a motivação deles estava incorreta – estavam maravilhados com o pão material multiplicado. Isso tinha uma série de implicações no entendimento deles. Estavam buscando um Profeta e um Rei para esta vida. Viram a coisa com o mesmo olhar do ladrão da cruz, que dizia ao Senhor: “desce da cruz e salva a ti mesmo e a nós!”
Sempre que o homem busca um profeta e um rei para esta vida, Jesus se esconde dele.
Além disso, mesmo tendo vindo para ser Profeta e Rei, Jesus também precisava exercer a função de sacerdote e isso se daria na cruz. Por isso Ele dizia: não é chegada a minha hora. Nem a mãe d’Ele (João 2:4) nem os irmãos d’Ele (João 7:6) entenderam isso.
Portanto o servo sábio precisa entender o tempo do Senhor:
“…o coração do sábio discernirá o tempo e o modo.
Coisa semelhante já havia acontecido com Samuel, quando Saul foi repreendido por ele e respondeu assim:
“Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo, e diante de Israel”
Saul não pediu ao sacerdote Samuel que fizesse mediação entre ele e o Senhor, queria, antes, que Samuel fizesse um arranjo político junto ao povo. Não que Samuel não o amasse, simplesmente não havia sido enviado a Israel com esse fim.
Não que Jesus não amasse o ladrão que queria descer da cruz, simplesmente não havia sido enviado ao mundo com esse fim.
Jesus veio para ser o nosso Rei (explicou isso a Pilatos), mas também para ser o nosso Profeta (anunciado por Moisés) e o nosso Sumo-Sacerdote (segundo a ordem de Melquisedeque).
Ou Ele é tudo isso para nós, ou não é nada.
ApdSenhor! Nunca havia me atentado para esse detalhe de Saul procurar o sacerdote para usá-lo como mediador entre ele e o povo e não entre ele e Deus. Isso expõe o que havia em seu coração e explica definitivamente sua rejeição. Seu culto (sacrifícios) nunca foi para Deus, mas para si mesmo. Assim também devemos nos atentar para que o nosso coração (enganoso e corrupto que é – Jr 17:9) não siga esse caminho de buscar a aprovação dos homens em vez da aprovação Deus. E que possamos buscar, como o post disse, o nosso Sumo Sacerdote enquanto é tempo!
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Exato, Pablo. Isso nos leva, inclusive, a considerar a relação de muitos hoje com a Bíblia e com a igreja, usando-as como meio de obter lucros outros que não os eternos. Obrigado pela visita e pelo comentário.
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