Todo ser humano, depois de deixar o seio materno, anseia por segurança e a busca com todas as forças. Mas, diante de um mundo cheio de violência e maldade, haveria algum lugar que poderia nos dar isso, de maneira absoluta? Não está toda a terra contaminada com o pecado e a agressividade humana? Por isso a maioria de nós segue se contentando com uma segurança parcial, que sempre deixa uma ponta de receio no coração, seja eu um homem simples e pobre ou um sofisticado bilionário.
Para o povo de Israel, havia um lugar pelo qual todo judeu lutaria, até que restasse um só deles, lutaria até à própria morte, para proteger. Esse lugar era o templo em Jerusalém. Isso porque o templo era o coração da cidade, que era o coração do país. Se tal lugar fosse ocupado pelos inimigos, a nação estaria, de fato, morta. Por isso, o santuário – a parte mais interna do templo israelita – poderia ser considerado o lugar mais seguro em Israel.
Claro que nem todo mundo poderia se abrigar ali, havia regras rígidas acerca de quem poderia acessar tal refúgio. Somente o sumo-sacerdote – e apenas uma vez ao ano – poderia entrar ali. Porém não era apenas refúgio que tal felizardo encontraria no recôndito do santíssimo, assim chamado. Segundo a Bíblia, Deus falava naquele lugar secreto.
Tal acesso ficou, portanto, extremamente restrito, até ao dia em que o Senhor Jesus Cristo foi morto, na cruz, nos arredores da cidade. Naquele momento, quando Ele expirou, o véu do templo – uma cortinada espessa que delimitava a entrada do santíssimo – rasgou-se de alto a baixo, tornando aquele esconderijo acessível a todos os homens.
Claro que tudo isso carrega um simbolismo muito profundo e é seu sentido profético que nos interessa. O lugar mais seguro da Terra é, de fato, a presença de Deus. Mas isso não é um ponto geográfico, não pode ser mapeado pelo GPS. Trata-se mais de um posicionamento do que de uma posição.
Uma vez aberto o acesso à presença do Deus Santo, resta-nos entrar, com ousadia, além do véu, confiados numa aliança proposta pelo próprio Senhor e no sangue que a selou de uma vez por todas, o sangue de Jesus.
A Bíblia se refere a isso de muitas maneiras, muitas vezes. Quero deixar uma, para nossa consideração: o “esconderijo do Altíssimo”, mencionado no famoso salmo 91. Não é um lugar a se visitar, existe para nossa habitação. Ali estamos seguros, descansados e aconselhados.
O que se achega a Ele pode contar com Sua proteção, pois “debaixo de Suas asas estarás seguro” (vs. 4 do mesmo salmo).
Sim, a presença do Senhor é o lugar mais seguro da Terra.
Maravilha!!¡
O ligar mais seguro é o abraço misericordioso do Pai.
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Nós que já temos bons anos de vida, já temos uma consciência mais profunda dessa violência e maldade que nos cerca. Então concluímos que de fato a total segurança só é possível debaixo das asas do Altíssimo.
E pegando um gancho nesse tema, fico pensando a respeito de casais com filhos, de como é a responsabilidade de colocar uma vida nesse mundo de pecado e agressividade, conforme dito. Nós romantizamos muito a maternidade/paternidade. Mas quando a criança nasce, sentimos o peso da responsabilidade e também a dor de quem coloca um inocente para passar pelas dores desse mundo. Sei que muitos decidem ter filhos para preencherem a solidão e terem uma companhia e afeto para quando chegar o final da vida, quando nos faltarem as forças. Parece existir um medo de ficarmos nas mãos de estranhos ao final da vida. Mas fica uma pergunta: é justo colocar vidas nesse mundo para suprir nossos desejos/anseios/sofrimentos pessoais sabendo dos problemas dessa caminhada?
Sabendo que uma criança terá que passar por toda a agressividade desse mundo e ainda ter de guardar a salvação, é razoável que coloquemos vidas nessa Terra?
Uma reflexão que me surgiu…
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Muito mais um posicionamento do que uma posição, é mesmo isso. Que o Senhor nos ajude em todo o tempo, durante dias inteiros, e em tantas “posições” diferentes em que nos encontramos neste mundo violento e mal, a estar decididamente posicionados e abrigados na rocha, que é Ele mesmo. Bom texto! Um abraço!
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