Os dois cálices

Quando criança entendia que o Salvador me livraria do tentador. Apenas isso. Acreditava que era o tentador a quem eu devia temer, pois podia “lançar minha alma e meu corpo no inferno”. Assim eu o via como o governante daquele lugar tenebroso, espetando as pobres almas, com tridentes, em caldeirões enormes.

À medida que a leitura da Palavra foi me amadurecendo e fui provando alimento sólido além do leite, minha compreensão começou a exigir de mim que conciliasse, por exemplo, o texto que citei acima com outros como “resisti ao diabo e ele fugirá de vós”. E agora? Devia temer ou resistir ao inimigo?

Me deparei, então, com textos que falavam de algo muito, muito mais temível que o adversário das almas: a ira do Todo-Poderoso. “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens” Romanos 1:18. Em meio a essa descoberta terrível, me chamou a atenção uma figura usada algumas vezes no livro de Apocalipse, mas que também aparece isoladamente noutros livros da Sagrada Escritura. Veja em Apocalipse 14:10, 16:19, 19:15. Ali a Bíblia cita o cálice da ira de Deus. Lembrei-me então que o bondoso Salvador, enquanto agonizava pelas nossas culpas, pressentindo o sofrimento que cairia sobre Ele, entre gotas de sangue que suava, pedia: “Afasta de mim este cálice”. Então compreendi isso: Jesus tomou o cálice que era para mim e para você, o cálice da ira de Deus.

Já parou para pensar que não pode ter sido apenas pela dor individual que lhe seria infligida no castigo do madeiro a causa de tanta agonia que lhe sobrevinha? Basta lembrar que muitos de seus seguidores morreriam castigo igualmente cruel, em cruzes, em fogueiras e dilacerados por feras. E muitos destes iam de encontro ao seu suplício cantando louvores, para espanto e consternação de seus próprios algozes. Será que Ele, o Capitão da nossa salvação temeria tanto a cruz, ao ponto de pedir que fosse passada d’Ele? Não, meu amigo, sobre Ele pesava algo muito mais amargo que o sofrimento da cruz: O cálice da ira do Altíssimo.

É por isso que não há outro digno, por isso que não há outro nome pelo qual devamos ser salvos! Só Jesus tomou o nosso cálice até ao fim. E além disso nos ofereceu outro cálice: o que era d’Ele, de Filho amado. Na ceia Ele diz: “bebei dele todos”.

Davi, o poeta/profeta, entendeu isso, ainda que parcialmente, quando afirma que só o seu Bom Pastor poderia preparar uma mesa perante ele em que seu cálice (de bênção) transborda.

OS DOIS CÁLICESJESUS MORREU A MORTE, O CASTIGO DE TODOS OS HOMENS, PARA VIVERMOS A SUA VIDA

11 comentários sobre “Os dois cálices

  1. Josué…
    Fiquei pensando aqui…
    Se até hoje o HOMEM continua PECANDO…JESUS continua sofrendo a IRA de DEUS…Só que não pode mais dizer: “PASSA DE MIM ESTE CÁLICE…” Lutará até o FIM pelo RESGATE do HOMEM.
    Então…Se PECAMOS…CRUCIFICAMOS JESUS, de novo.
    Por isso, que DEUS sempre diz:
    ” ME ARREPENDI DE TER FEITO O HOMEM.”

    Nem sei se pensei besteira…rsrs
    Um abraço, fica com DEUS.

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    • A Bíblia diz que Jesus entrou uma vez no santuário de Deus, levando nossas culpas, na eternidade onde não há ontem ou amanhã. Tudo está consumado. Que daremos ao Senhor? Tomaremos o cálice da salvação, como diz o salmista.
      Abraço,

      Josué

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  2. Acrescentar não ouso, mas, glorificar sim, pois, DEUS, tem nós abençoado muito nesses últimos dias da igreja na terra, com grandes bênçãos, com palavras que nos alertam, para um fim que se aproxima, de glórias, ou de sofrimento, e tem nos renovado a cada dia, para que tenhamos acesso a herança que nos espera, a VIDA ETERNA. MARANATA!!!!!!! O SENHOR JESUS VEM!!!!!!

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  3. Pastor Josué, a paz do Senhor!
    Volta e meia acesso seu blog, para glória de Deus, contém mensagens verdadeiramente reveladas pelo Espírito, muito bom!

    No primeiro comentário, um irmão menciona que, se pecamos, crucificamos Jesus de novo…
    Na verdade, o sentido de crucificar Jesus de novo, eu entendo que isso só se aplica, aos que um dia experimentaram o dom celestial, provaram da boa palavra de Deus, foram participantes do Espirito Santo e recaíram, para estes é impossivel que sejam renovados para o arrependimento, pois crucificam a Cristo novamente e o expõe ao vitupério, como diz lá em Hb 6: 4 a 6.

    Grande abraço.

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    • Ronil,
      ApdSenhor.

      Concordo com você, afinal o próprio Senhor Jesus disse, à cruz, que tudo estava consumado. Porém assim como a morte de Jesus é preciosa para nós, Sua ressurreição é igualmente importante, pois foi o marco inicial da entrada do homem pelos portais celestiais. Quem invalida a ressurreição e o valor da nova vida, fica apenas com a morte de Jesus, da qual se torna culpado.
      Mas isso é mais profundo do que jamais poderíamos imaginar.

      Grande abraço,

      Josué

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  4. Pingback: Enchendo o Coração com a Palavra – João capítulo 15 | Doquestacheiocoração

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